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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Memórias

Há quatro anos, eu era apenas uma menina que acabava o ensino médio e entrava deslumbrada na faculdade de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Hoje, saio dela como uma mulher. Nos meus pensamentos, o jornalismo sempre se fez presente. A certeza veio com o falecimento do jornalista Tim Lopes e com a cobertura dos fatos feitos pelo JN. As palavras ditas por Willian Bonner entraram profundamente na minha cabeça e me fizeram refletir sobre o que realmente é ser jornalista. É ir muito além da denúncia, é demonstrar os fatos como eles aconteceram e poder ajudar as pessoas.

Foram longos anos, que a meu ver não passaram rápido. Comecei o curso na Jorge Amado, em Salvador. Lá fiz amigas que me ajudaram no momento mais difícil da minha vida. As minhas manhãs eram sempre de risadas e besteiras com elas. Divertia-me horrores. Até que um belo dia, por um acaso do destino, decidi morar com meu pai. Foi quando me mudei para Cachoeiro de Itapemirim. No começo, foi tudo maravilhoso. Pessoas novas, coisas novas e outra faculdade.

Já no primeiro dia de aula, me deparei com uma sala completamente diferente da antiga. Percebi que não tinha mais as minhas amigas engraçadas. As pessoas me olhavam como se estivessem me analisando. Todos achavam que era louca por ter trocado Salvador por essa terra tão quente, enfim. Os dias foram passando e, aos poucos, fui conhecendo a galera da sala e tentando identificar quem seria a “minha turma”. Confesso que, até hoje, quando tudo chega ao fim, ainda não encontrei. Mas valeu a experiência de ter vivido coisas diferentes.

Logo no quinto período da graduação, e primeiro na São Camilo, consegui um free lance na revista Descubra Espírito Santo e na Vida de Estudante. Foi uma experiência profissional maravilhosa. Senti na prática o que significa matar um leão por dia. E, durante essa jornada, matei vários. Junto com esse trabalho, veio a monitoria de Assessoria de Imprensa com a coordenadora Adriane Fin. Foram dias proveitosos na Agência Escola.

No sexto período, fui tomada por uma onda de disciplinas práticas que me deixaram louca e, ao mesmo tempo, com a certeza de que havia escolhido a profissão certa para a vida. As gravações dos stand up’s eram muito divertidos. Era um analisando como o outro fazia para fazer igual. Veio a gravação do documentário “Leopoldina, nos trilhos do desenvolvimento”, muito stress e briga com o grupo. Foi um trabalho cansativo, mas que só eu sei o que senti quando o vi passando na tela do cinema. O sétimo período foi sem graça: as matérias voltaram a ser teóricas e não tinha mais a agitação de antes.

Hoje, no último período, curso dez disciplinas, devido à transferência de faculdade e faço o meu TCC, que é mais um documentário. Dessa vez sobre Mídia e Droga. Sempre gostei de temas polêmicos e que geram discussões, por isso a escolha desse assunto para o meu trabalho final. Meus dias têm sido quase todos na faculdade, com aulas de manhã, à tarde e à noite, sem falar nos sábados inteiros. Apesar do cansaço, tenho achado divertido. Faço monitoria de Jornalismo Impresso, além do projeto da AAMOL (Associação Ambiental Monte Líbano), que tem rendido vídeos excelentes, sem contar que trabalhar com crianças é fantástico.

Espero que, quando todo o tumulto passar, eu possa sentir um pouco de falta disso, pois os momentos que passei na faculdade foram deliciosos e únicos. E sei que isso nunca mais irá voltar. Agora é mais uma página da vida que se fecha para que novas possam começar a serem escritas.



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Maioridade Penal


Mais um caso polêmico nos fez voltar à discussão da Maioridade Penal. Semana passada um garoto de nove anos foi assassinato dentro da sala de aula. O suspeito, um colega de classe da mesma idade. O que será que vai acontecer com esse garoto? Segundo a nossa lei, provavelmente nada. Assim como aconteceu em vários outros casos chocantes como o do menino João Hélio, que foi arrastado por mais de 5 km. O bandido que na época era menor de idade cumpriu uma medida sócio–educativa e hoje, três anos após o fato ele está solto.
Os constituintes do nosso país alegam que os jovens nessa faixa etária não têm consciência do que fazem e que puni-los com a prisão seria um castigo muito forte. Para eles reduzir a maioridade penal não resolverá o problema de violência no Brasil. Eles acreditam que a violência é causada pela desigualdade social e pelo consumo desenfreado provocado pelos veículos de comunicação.
Não poder comprar o que a mídia impõe e não fazer parte de uma sociedade branca, rica e bonita causa nos jovens que vivem a margem da sociedade baixa auto-estima e os levam a cometer crimes. Então, jovens que sabem o porquê cometem crimes também têm consciência das conseqüências dos seus atos. E sabem que a lei e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) vão os proteger. Que o máximo que vão cumprir é uma sentença sócio-educativa. Talvez por isso os crimes que mais tem chocado o país são cometidos por jovens menores de idade.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dilma ou Serra?

Surpreendendo a todos as eleições 2010 não acabou no primeiro turno. Na véspera da votação a candidata Dilma caiu mais de cinco pontos e a Marina Silva recebeu um número significativo de votos, cerca de 20 milhões. Agora o que resta a população é esperar o dia 31 de outubro e conhecer quem será o novo ou nova presidente do nosso país.
Outra pergunta sem resposta é quem a Marina Silva irá apoiar, sua escolha fará toda a diferença no resultado final. Se ela decidir pela Dilma estará se contradizendo, afinal ela largou o PT, pois não concordava com as suas idéias e posições políticas. Se o seu escolhido for o Serra ai sim ele terá chance de ganhar essa batalha que aparentemente já tem o vencedor.
Os horários eleitorais tornaram-se verdadeiras guerras. José Serra está desesperado e a única coisa que lhe resta é falar mal da Dilma, até o nome de Deus ele colocou no meio. Dilma por sua vez rebate as ofensas de Serra e assim eles vão levando até o dia 31. Quem será que vai sair menos arranhado nessa história? Ou PT de Lula se mantém mais quatro anos no poder ou o Brasil retrocede e volta à era FHC e as infinitas privatizações. A escolha quem faz é o povo. E como o velho ditado diz “o povo tem o que merece”.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quero!

Eu queria poder voar para me sentir livre.
Não gosto do sentimento saudades, machuca, me faz sofrer.
Queria poder viver cercada de todas aquelas pessoas que amo e que me fazem ser a pessoa mais feliz do mundo.
Quero amar sem fronteiras me separando de ninguém.
Gosto do cheiro, do abraço do calor de quem amo.
Quero que esse amor seja tranquilo e dure o resto da vida.
Que seja o meu sonho bom e tudo que pensei.
Daqui pra frente quero chorar apenas de alegria, tristeza nunca mais.
Vou pedir ao meu anjo da guarda que me proteja sempre e ilumine todos os meus caminhos tortuosos.
Reconheço que o sofrimento faz crescer, mais já estou madura demais, não preciso mais dele.
Quero amar e ser amada.
Quero sentir o prazer de ser mãe, descobrir esse amor que não tem explicação.
Quero que tudo de bom aconteça, mesmo sabendo que isso seja um pouco impossível!
Sonhar não custa nada.
O sonho alimenta a minha vida!

quinta-feira, 18 de março de 2010

DESENCONTROS

Ontem foi o primeiro dia que começamos a colocar em prática o nosso TCC, ou pelo menos tentamos. Foi de fato um dia complicado. Nada estava ao nosso favor. Em primeiro lugar nos informaram um ônibus que não existia. Depois de muita espera, decidimos perguntar ao motorista se o ônibus com destino ao aeroporto passaria próximo ao local desejado. Ele mais que prontamente respondeu que sim. Entramos felizes e achando que chegaríamos ao nosso destino.

Ao chegar no local, de cara, achei um pouco estranho. O muro estava um tanto quanto baixo para ser uma unidade de recuperação de menores infratores, sem falar que o local era todo colorido e muito calmo. Um silêncio que nunca tinha visto. Entramos e fomos muito bem atendidas pela diretora do local. Foi nesse momento que descobrimos que estávamos no local errado. Deveríamos está na UNICI ( unidade de recuperação de jovens infratores de Cachoeiro de Itapemirim) e estavamos no Casa de Passagem ( local que abriga jovens e crianças que sofreram maus tratos dos pais). Ai começou o nosso desespero. Começamos a andar por um lugar deserto, cheio de mato e que a única coisa que passava era caminhão. Ponto de ônibus, nunca foi visto por ali. E para piorar estavamos atrassadas para o encontro com o diretor. Nossa como andamos e sem chegar a lugar algum. Foi quando desesperada liguei para o meu pai que foi me guiando até a loja de um cliente seu que nos levou de carro até a UNICI.

Ao chegarmos, nos deparamos com uma prisão de jovens. Era tudo gradiado, policiais, muita roupas penduradas e uma gritaria sem fim. Confesso que fiquie assustada. O local é precário demais. Com isso me pergunto se ali é possível recuperar aqueles jovens???? Tinha um garoto de 12 anos que parecia ter 7 ou 8. Seu crime??? Agressão a mãe causando traumatismo craniano. Condenado por lesão corporal grave. Por ele ter desnutrição e ser raquítico ele fica solto entre as pessoas, pois consegue passar entre as grades de proteção.

Conversando com o diretor, soubemos que para começar o trabalho é necessário uma liberação da juíza da vara da infância e juventude. Fomos ao fórum e esperamos para falar com ela que nos inforou que não podemos gravar os internos. Agora me diz, como fazer um documentário sobre esses jovens sem gravá-los???? Mais não iremos desistir tão fácil. Entraremos com um requerimento junto ao Ministério Público solicitando essas filmagens.

Esse trabalho ainda terá muitas histórias boas e ruins para serem contadas.

sexta-feira, 12 de março de 2010


...“sou dona de mim, da minha vida e do meu destino
sigo meu bom senso, minha razão, minha emoção e minha sede de ser livre
bom é viver assim, sem amarras, sem apego ao passado e
sem preocupação com questões que ainda não foram superadas,
pois o mundo ainda precisa evoluir muito, há muito o que
superar...
eu penso, reflito e analiso
sou um ser em constante mutação
sou “eu mesma”, mas não sou “sempre a mesma”
não sou normal, pois ser normal é chato
É repetitivo, e eu gosto de transformações
gosto de olhar por vários prismas e
mudar de opinião, de gosto, etc.
a mudança não é somente física,
mas também é abstrata e intrínseca
a beleza e juventude se vão
mas o conteúdo da alma permanece ...”

O tempo que não sentimos


Hoje ao acordar e me olhar no espelho levei um susto tão grande que pensei que você morrer... Nunca pensei que isso poderia acontecer. Ao analisar o meu cabelo, pude avistar um fio de cabelo BRANCO perdido entre os outros de cores corretas. Fiquei um bom tempo discutindo com o espelho, tentando entender por que aconteceu isso. Nossa foi difícil compreender que isso faz parte da nossa evolução. É um sinal que estou amadurecendo, adquirindo histórias e sabedoria para passar em frente. Confesso que não está sendo fácil perceber esse amadurecimento, sinto que existem tantas outras infinitas coisas para acontecer, mas estou aqui pronta esperando mais surpresas do tempo.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Muqui, simpatia e história


Localizada no sul do Espírito Santo, Muqui faz parte da Rota dos Vales e do Café. Rota esta, que tem como principal objetivo estimular o turismo dentro do próprio Estado e contar histórias como a influência da cultura do café na cidade.

Quem chega a pacata cidade com pouco mais de 13.000 habitantes se deslumbra com a riqueza herdade dos seus colonizadores que se reflete na arquitetura e nos afrescos que decoram as casas. O ar de interior se percebe pela primeira passagem pela rua principal. Os aposentados sentados na velha Estação Leopoldina é um retrato de uma vida tranqüila, sem preocupações de grandes metrópoles.

Andando pelas ruas, observando as pessoas e as casas, temos a impressão que Muqui parou no tempo e conservou o que de melhor a cidade tem para oferecer aos seus visitantes. Essa diversidade e riqueza arquitetônica são características do sítio histórico local que possui o maior número de imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico Estadual. Os casarões de Muqui são um convite a parte.

A folia do Boi

Entre as comemorações culturais, duas ganham destaque. Com um dos carnavais de ruas mais interessantes e populares do Estado, o Boi Pintadinho é a atração principal e arrasta cerca de 20 blocos, cada um com o seu boi e com aproximadamente 200 integrantes. A festa percorre as ruas da cidade todas as noites de carnaval.

Além disso, quem visita a cidade pode aproveitar o tradicional Encontro de Folia de Reis que reúne grupos folclóricos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O Encontro de Folias é o maior e mais antigo do Brasil. O evento que tem data móvel para acontecer, encanta a todos. É uma grande festa folclórica e religiosa, resgatando o que sobrou dos barões de café na simpática Muqui.